12 de fev. de 2009
PAISAGENS (vídeo-performance)
A natureza e o homem. Este conflito foi muitas vezes explorado no campo das artes, principalmente no campo da pintura romântica. O homem em contraste com o poder da natureza. A força desta natureza perante a mínima presença humana.
O homem em queda.Tema já desenvolvido no período Maneirista por Cornelis Cornelisz, “da série As Quatro Desgraças” através dos temas, de Ícaro, Phaeton, Tantalus e Ixion. Homens que desenvolveram paixões e desejos tão fortes que foram levados à degradação, à queda!
Sendo assim me propus a desenvolver esta vídeo-performance onde coloco uma câmera fixa, de frente de uma paisagem natural e gravo minutos daquela presença. De repente um corpo em queda é atirado na paisagem cortando a contemplação e deformando a mesma. Depois de alguns segundos, a paisagem começa a envolver o corpo com os materiais específicos inerentes a ela. Como em um corpo doente, ela cria uma membrana para tentar inserir ou dissolver aquele corpo estranho na paisagem.
Marco Paulo Rolla
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Pinturas 2004: Basta uma falha sua para você perder um grande amor
O slogan estava escrito em uma filipeta recebida ao caminhar pelas ruas da cidade. Na propaganda de uma dentista que mostrava um casal onde o homem tinha um dente a menos. Um espaço!
O dente que falta abre espaço para símbolo. A frágil imagem da beleza é exposta e refletida na mente de quem vê. Este tema é tratado por alguns artistas na Europa, nos séculos XVI e XVII, que se auto retratavam como demonstração da fragilidade da existência humana. A falta desse dente nos indica a caveira, nos lembra que eles (os dentes) são a única parte visível do esqueleto, da base de nossa matéria em vida.
Basta uma falha sua para você perder um grande amor - Marcos (acrílica sobre tela, 2004)
10 de fev. de 2009
Reflexões sobre o Nada
O Nada pode estar relacionado ao hiato do criar, ao espaço de decantação dos sentimentos, dos sentidos, pensamentos e formas a serem emergidas de nossas veias criativas para um novo nascimento.
No mundo da pressa, do tempo acelerado, muitas vezes é difícil suportar o Nada como o tempo do trabalho, da necessidade de respirar de novo, inspirando estímulos de vida ou simplesmente vivendo.
Como um corpo duplicado no ser humano/artista, o corpo criador inspira, expira, aspira, joga o oxigênio nas veias; alimenta-se de minerais, vegetais e toma líquidos para refinar o sangue em suas veias. Como no corpo carnal, também existe a necessidade de defecar o excesso ou o que não é preciso. O mais importante é que todas estas funções parecem acontecer no espaço do Nada, do invisível, para que surja a materialização do sublime.
É na liberdade de vivenciar os espaços entre os momentos criativos que acontecem os momentos de devaneios, os pensamentos inusitados. Muitas vezes se diz que quem fica sem fazer nada acaba pensando besteira, mas aqui, no caso do artista, é dessa “besteira” que precisamos. É dela que germina o mutante, transformador na energia criativa viva, alerta e ávida de enxergar o outro lado desse abismo, sem deixar de mergulhar nesse vácuo do abismal, da vertigem do se recriar.
Sendo assim, do Nada tudo se cria, tudo se transforma, confundindo
as certezas do Tudo.
(Marco Paulo Rolla 2007)
No mundo da pressa, do tempo acelerado, muitas vezes é difícil suportar o Nada como o tempo do trabalho, da necessidade de respirar de novo, inspirando estímulos de vida ou simplesmente vivendo.
Como um corpo duplicado no ser humano/artista, o corpo criador inspira, expira, aspira, joga o oxigênio nas veias; alimenta-se de minerais, vegetais e toma líquidos para refinar o sangue em suas veias. Como no corpo carnal, também existe a necessidade de defecar o excesso ou o que não é preciso. O mais importante é que todas estas funções parecem acontecer no espaço do Nada, do invisível, para que surja a materialização do sublime.
É na liberdade de vivenciar os espaços entre os momentos criativos que acontecem os momentos de devaneios, os pensamentos inusitados. Muitas vezes se diz que quem fica sem fazer nada acaba pensando besteira, mas aqui, no caso do artista, é dessa “besteira” que precisamos. É dela que germina o mutante, transformador na energia criativa viva, alerta e ávida de enxergar o outro lado desse abismo, sem deixar de mergulhar nesse vácuo do abismal, da vertigem do se recriar.
Sendo assim, do Nada tudo se cria, tudo se transforma, confundindo
as certezas do Tudo.
(Marco Paulo Rolla 2007)
Pinturas 1991-93
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